Review Call of Duty Black Ops 7: o pior jogo da franquia até agora?
Call of Duty: Black Ops 7 – Divulgação / Activision
A franquia Call of Duty, conhecida por lançamentos anuais desde 2003, chega em 2025 a um dos momentos mais controversos de sua história. Black Ops 7 não apenas decepciona — ele simboliza o desgaste de um modelo que já dá claros sinais de esgotamento. Portanto com desenvolvimento apressado, campanha fraca e excesso de conteúdo reciclado, o novo título da Activision se posiciona como um dos episódios mais inconsistentes da série.
Mesmo com acesso antecipado concedido à imprensa e criadores de conteúdo, incluindo nossa equipe, não foi possível ignorar os problemas graves que comprometem a experiência.
Desenvolvimento apressado: a raiz do problema
Durante anos, o ciclo de produção de Call of Duty foi equilibrado: Infinity Ward, Treyarch e Sledgehammer Games se alternavam, garantindo cerca de três anos de desenvolvimento para cada título. Isso permitia inovações e qualidade técnica consistente.
Esse modelo, porém, desmoronou.
Black Ops Cold War (2020) teve produção encurtada
Modern Warfare 3 (2023) foi lançado em apenas 12 meses
Black Ops 7 seguiu o mesmo caminho, sendo desenvolvido em menos de um ano após Black Ops 6
O resultado é evidente: poucas novidades, mapas reutilizados, mecânicas recicladas e falta de polimento geral.
Campanha: narrativa fraca e estrutura problemática
A história se passa em 2035, conectando eventos de Black Ops 2 e Black Ops 6. A trama envolve o suposto retorno de Raul Menendez e uma nova ameaça relacionada à toxina Berço, que se espalha pela cidade de Avalon.
Apesar da premissa interessante, a execução é decepcionante:
Roteiro raso e previsível
Personagens sem carisma
Furos narrativos evidentes
Ausência da complexidade típica da saga Black Ops
Além disso, a campanha foi pensada para ser cooperativa obrigatória, o que gerou diversos problemas:
Impossibilidade de pausar mesmo no modo solo
Conexão online constante
Falta de checkpoints
Reinício completo após quedas de conexão
Desconexão por inatividade mesmo jogando sozinho
As missões seguem um padrão repetitivo, alternando entre áreas urbanas genéricas e sequências psicodélicas provocadas pela toxina. Nessas partes, os inimigos são versões reaproveitadas do Modo Zombies, portanto apenas com novos nomes.
Boss fights também foram introduzidas, algo inédito na franquia, mas que não combina com a identidade da série — incluindo confrontos contra criaturas como uma planta mutante gigante, destoando completamente do tom militar clássico.
Modo extra: Fim da Jornada
Contudo após concluir a campanha, o jogador desbloqueia o modo Fim da Jornada, que funciona como um extraction shooter em um grande mapa aberto de Avalon.
Apesar de divertido, ele deixa claro que esse modo recebeu mais atenção que a própria campanha principal. Inclusive, além disso foi confirmado que Avalon é um mapa originalmente criado para o Warzone de Black Ops 6, mas reaproveitado após o cancelamento do projeto
Multiplayer: acessível, mas pouco inovador
O multiplayer continua sendo o foco principal, especialmente no cenário competitivo. A maior mudança está na remoção do sistema SBMM (Skill-Based Matchmaking).
Essa decisão tornou as partidas:
Menos estressantes
Mais acessíveis para jogadores casuais
Porém, fora isso, há pouquíssimas novidades. Mapas, modos e mecânicas seguem fórmulas já vistas, reforçando a sensação de estagnação criativa.
Modo Zombies: o único destaque real
Surpreendentemente, o Modo Zombies se destaca como o ponto alto do jogo.
A narrativa dá continuidade aos eventos de Black Ops 6, levando os personagens ao Éter Negro em uma história mais envolvente e bem construída.
O primeiro mapa, Ashes of the Dammed, impressiona por:
Estrutura quase aberta
Múltiplas rotas
Grande liberdade de exploração
Retorno das wonder weapons e easter eggs
Missões secretas bem elaboradas
É, sem dúvida, o modo mais polido e recomendado para quem pensa em adquirir o jogo.
Conclusão: um sinal de alerta para a franquia
Call of Duty Black Ops 7 transmite a clara sensação de ter sido lançado antes da hora. A campanha é fraca, o mapa principal é reciclado e o multiplayer oferece poucas evoluções reais. O brilho do Zombies não é suficiente para compensar as falhas estruturais do conjunto.
Para veteranos, o excesso de reaproveitamento é gritante. Para novos jogadores, falta identidade. O jogo evidencia que o modelo anual da franquia está próximo do limite.
A Activision enfrenta agora uma escolha decisiva: repensar sua estratégia ou arriscar transformar Call of Duty em apenas uma sombra do que já foi.
Resta torcer para que Black Ops 7 represente apenas um tropeço pontual — e não o início de uma queda definitiva.

